Mudando a perspectiva

Mudando a perspectiva

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Pré-conceito - selecione o texto com o cursor do mouse!





Vivemos criando pequenas
formas
pequenas maneiras de
entender o mundo
é antes do conceito
é antes de se saber
bem antes do conteúdo
é pré, é antes do conceito.
Vivemos acreditando em
pequenas versões
em pequenos aspectos
que criamos para
acreditar que
sabemos o que está ao
nosso redor.
Antes de saber
buscamos acreditar
no que de fato é
e é assim que
se sabe nada
sempre que acreditamos
saber de tudo.

Conceitos: estão por aí.

As palavras se encontram
espalhadas
Perdidas ou escondidas
No vento

Sem pretensão
ariscas e desorganizadas
no sopro do mundo

Somos, então, porto
forma segura
Que captura as idéias e conceitos
formando trens de sentido

Caçadores de pouco significado
domadores do nexo
Encadeando pedaços
na formação de orações.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Rede da sorte

A sorte
se configura como
oportunidade
ou situação!
Dizem que sortudos são
os bem afortunados
com bolsos fartos
e barrigas estufadas!
Dizem que sortudos são
os que sabem ter calma
são comedidos.
Dizem que sortudos são
os que tem belas mulheres.
Outros comentam que
sortudo é quem tem paz!
Mas por exemplo:
Hoje, pra mim,
sortudo é aquele que,
ao contrário de mim,
não precisa fazer nada!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Sopros cromáticos


Bonitas canções
são carregadas pelo sopro
do vento das tardes
de dezembro

traçam e marcam
o céu do entardecer
pintam em acordes:
vermelho, rosa e laranja.

Trazem o tom nostálgico
de todas as tardes anteriores,
do dia que se vai
e do mistério do escurecer.

É breve e soa rápido
assim como um harpejo
que ressoa e fica
até que as cordas cessam e param de tocar.

Sem perceber [já se apresenta o luar...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Cego

Penso e logo não existo,
já que sempre que me ponho a pensar.
O que me vem à cabeça é apenas uma ideia:
a de nada ser longe de ti.

Assim como a fagulha, ínfima, mínima
cai no chão forrado de palha de um celeiro
e inicia o queimar,
assim fizeram seus olhos a mim.

E foi em mero relance
-apenas um ínterim de olhos nos olhos,
alguns segundos, captados por mim como longas novelas
que fizeram de mim um nada.
Incendiaram minha morada, minha alma, meu ser.

Antes cego fosse eu, e não meu amor,
pois assim a luz que refletiu em seus olhos
não pularia para os meus.
Mas sei que, desde então, sou cego, surdo e mudo:
meus sentidos perderam-se em você.

E vivo assim, pensando,
ou melhor, evitando pensar,
pois desde o dia em que te vi
me ponho a lastimar,
já que nossos corpos, assim como dizem os sábios,
não podem ocupar o mesmo lugar.